“JULGAMENTO DE NUREMBERG”: MELHOR FILME DE TRIBUNAL
Ficção inspirada em cruéis fatos reais – especialmente o
caso Katzenberger – compõe a essência do filme “Julgamento em Nuremberg”
(1961), que transcorre durante 186 minutos para nos transportar à sala de
audiência de um tribunal que julgará crimes de guerra contra autoridades nazistas, nas pessoas de quatro juízes e promotores de Justiça do país
nazista. Eles são acusados de terem usado seus altos cargos para permitir e
legalizar as atrocidades cometidas pelos nazistas contra o povo judeu, durante
a 2ª Guerra Mundial. As argumentações que enriquecem o filme foram reunidas
pelo escritor americano Abby Mann.
O diretor Stanley Kramer,
conhecido por ser um artesão meticuloso, dirige com muita segurança um elenco
onde se destaca o ator Spencer Tracy (como o juiz aposentado da causa), Richard
Widmark (coronel do exército e advogado da acusação), Maximilian Schell (o
defensor dos réus Herr Hans Rolfe), Montgomery Clift (uma testemunha das
atrocidades, Rodolf Petersen), Marlene Dietrich e Judy Garland. Além desses,
figura Burt Lancaster, como o juiz alemão Emil Janning, que está em julgamento
por crimes contra a humanidade.
O contraponto é reforçado
pela divina Dietrich, viúva de um general alemão recentemente executado por
enforcamento pelas forças de ocupação, que pretende provar que a Alemanha não é uma nação de monstros e que a
maioria dos que cooperaram com o esforço nazista não tinha ideia. sobre os
campos de extermínio e acreditavam que estavam fazendo a coisa certa. A
nuance moral do filme é formidável – o que só torna a convicção moral do clímax
mais impressionante.
Um filme pessimista,
inteligente e convincente, “Julgamento” é uma exploração rara sobre a culpa dos
chefes nazistas e seus servidores públicos, mesmo que tivessem atuado “em nome
da lei”. E é considerado um dos melhores filmes de tribunal de toda a história
do cinema. Mereceu duas estatuetas do Oscar em 1962: melhor ator (Schell),
melhor roteiro (Mann), e dois Golden Globe, para Kramer e Schell.
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